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  • Fui Preso Preventivamente: O Que Isso Significa e O Que Meu Advogado Pode Fazer?

    A prisão preventiva é uma das situações mais difíceis que alguém pode enfrentar. Trata-se de uma prisão decretada antes de haver condenação definitiva, ou seja, antes do fim do processo. Mas é importante saber que essa prisão não significa que a pessoa já foi considerada culpada.

    Se você ou alguém da sua família foi preso preventivamente, é fundamental conhecer os seus direitos e o que um advogado pode fazer para tentar reverter essa situação.

    O Que é Prisão Preventiva?

    A prisão preventiva é uma medida usada pela Justiça quando há risco de que o acusado:

    • Atrapalhe as investigações (por exemplo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas);
    • Fuja para evitar o julgamento;
    • Continue praticando crimes enquanto responde ao processo;
    • Coloque em risco a ordem pública ou econômica.

    Mas atenção: não basta o juiz achar que a pessoa pode fazer isso. É preciso que exista prova concreta, justificada e baseada na lei. Por isso, um bom advogado pode questionar essa decisão e tentar revogá-la.


    O Que o Advogado Pode Fazer?

    Um advogado criminalista tem diversas ferramentas legais para defender o cliente que foi preso preventivamente. Veja algumas:

    1. Pedido de Revogação da Prisão Preventiva

    O primeiro passo costuma ser pedir ao próprio juiz do caso que reconsidere a prisão. O advogado vai mostrar que não há necessidade de manter o cliente preso, que não há risco à investigação ou que a prisão está mal fundamentada.

    Esse pedido pode ser feito logo após a prisão ou a qualquer momento durante o processo.

    2. Substituição por Medidas Cautelares

    Se o juiz entender que ainda existe algum risco, mas que a prisão é exagerada, o advogado pode solicitar que ela seja substituída por outras medidas, como:

    • Uso de tornozeleira eletrônica;
    • Recolhimento domiciliar à noite e nos fins de semana;
    • Proibição de contato com determinadas pessoas;
    • Comparecimento periódico ao fórum;
    • Fiança (em alguns casos).

    Essas medidas são chamadas de “medidas cautelares diversas da prisão” e foram criadas para evitar que alguém fique preso sem necessidade.

    3. Habeas Corpus

    Se o juiz negar o pedido de liberdade, o advogado pode entrar com um habeas corpus em instâncias superiores (Tribunal de Justiça, STJ ou até STF). Esse recurso serve para proteger a liberdade do cidadão contra abusos ou ilegalidades.

    O habeas corpus pode ser uma forma rápida de tentar soltar o preso, principalmente se houver erros claros na decisão do juiz que decretou a prisão.

    4. Recorrer à Prisão Domiciliar (em casos específicos)

    Em alguns casos, é possível converter a prisão preventiva em prisão domiciliar, como:

    • Mulheres grávidas ou com filhos pequenos;
    • Pessoas com doenças graves;
    • Idosos;
    • Pessoas com deficiência.

    O advogado deve apresentar documentos que comprovem a situação e pedir essa substituição com base na legislação vigente e na jurisprudência atual.


    Importância de Agir Rápido

    Cada dia de prisão conta. Por isso, é fundamental procurar ajuda jurídica o quanto antes. Um advogado pode:

    • Analisar o processo;
    • Verificar se a prisão foi legal e bem fundamentada;
    • Apresentar os pedidos cabíveis com rapidez;
    • Garantir que os direitos do preso sejam respeitados.

    A prisão preventiva não deve ser usada como punição antecipada. O preso ainda está sendo investigado ou julgado e tem direito à defesa plena.


    Conclusão

    Se você ou um familiar foi preso preventivamente, saiba que existem caminhos legais para buscar a liberdade. Consulte um advogado, é possível questionar a prisão e mostrar que ela é desnecessária ou ilegal.

    A Justiça deve ser feita com equilíbrio — sem impunidade, mas também sem abusos. A atuação firme e técnica do advogado é a melhor forma de garantir isso.